E quando digo sempre é sempre mesmo. Até na hora do rush, tipo nove da manhã ou seis da tarde. As pessoas são experts em se equilibrar de pé, sem segurar em nada - já que o metrô parece uma lata de sardinha nessas horas (tipo trem da Central, sabe?) - e ler calmamente seu livro.
Considerando uma cidade em que o tempo médio que se leva para chegar ao trabalho é de uma hora (o famoso commuting), a leitura é uma das maneiras mais produtivas de otimizar o tempo gasto na transporte público.
Confesso, no entanto, que me surpreendi no último sábado. Ok, ler no metrô eu já estou acostumada, mas enquanto espera um show começar???? É verdade! Fomos assistir à banda inglesa Incognito no famoso Jazz Café, em Camdem Town. As portas abriram às 19h, mas o show estava marcado (e começou) às 21h.
Pois pouco antes das 20h essa moça aí chegou, se posicionou na frente do palco e tirou da bolsa o livro "The Consolations of Philosophy", uma espécie de auto-ajuda da filosofia, segundo minha pesquisa na internet. Enfim, o importante é que ela ficou ali, lendo praticamente no escuro, até o início do show. É verdade que ela estava sozinha e o livro era uma barreira para aproximações inoportunas. Mas duvido que a estratégia fosse sequer cogitada por uma carioca querendo se manter protegida de comentários masculinos....