04/12/2007

Alívio por enquanto

A professora britânica Gillian Gibbons acaba de chegar do Sudão, depois de passar oito dias presa acusada de blasfêmia por permitir que seus alunos dessem o nome de Maomé (Mohamed) a um ursinho de pelúcia. Ontem, ela recebeu o perdão do presidente Bashir, depois de uma ampla movimentação diplomática do governo britânico e de representantes da comunidade muçulmana do Reino Unido.

Na última quinta-feira, ela havia sido condenada a 15 dias de prisão, escapando de outras penas que chegaram a ser consideradas, como 40 chibatadas. Manifestações realizadas nas ruas de Khartoum, capital do Sudão, chegaram a pedir a pena de morte para a professora na semana passada. As imagens lembraram a forte repercussão da publicação de caricaturas do profeta Maomé em um jornal dinamarquês, em setembro de 2005. O Islã proíbe representações de Maomé. O caso da professora poderia ter tomado dimensões maiores, mas conseguiu ser contornado a tempo.

O que separa a interpretação dos muçulmanos britânicos dos sudaneses? Como uma religião pode ter diferentes maneiras de encarar uma mesma situação, com reações tão distintas? O que está presente no Corão e o que não está? Ou, para falar de uma realidade mais próxima dos brasileiros de maneira geral, o que está presente na Bíblia e o que é interpretado a partir dela?

A resposta certamente não é simples, mas o que é possível imaginar é que este não será o último caso em que as diferenças religiosas se tornarão tão fortes que serão motivo de conflito com conseqüências imprevisíveis. Resta saber se o mundo vai continuar agindo para apagar incêndios ou se um movimento preventivo se tornará uma realidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei essa inglesa um pouco ingênua, principalmente depois dessa história das charges. Fico pensando, será que se o aluno quisesse por o nome do ursinho de Jesus ela ia deixar? Ou ia sugerir outro nome??? beijos

Jacqueline Sobral disse...

Parece que vivemos (a primeira pessoa do plural aqui é igual a "mundo") com as emoções à flor da pele, não!? Os problemas e conflitos são históricos, ninguém faz nada de fato para tentar solucioná-los e a bomba está sempre prestes a explodir. Quando explode, outra é colocada automaticamente no lugar...
Saudades!

marcos disse...

Oi Luciana - publiquei algo sobre isto também no meu blog. Acho que estamos todos vendo o mundo com nossos próprios olhos somente, sem se importar muito com o outro. O que achas?
Beijo & stay well.